Superman Lives - O filme que nunca aconteceu

           Os fãs bem informados de Superman já devem ter ouvido falar na famigerada versão para o cinema que Tim burton quase dirigiu em 1998 com Nicolas Cage no papel  principal (argh..)
            Fazendo uma breve pesquisa na internet, é possível achar imagens e até um vídeo que demonstra o teste do uniforme que seria utilizado no filme. Cortesia do artista de efeitos visuais Steve Johnson em seu Facebook. O filme se chamaria Superman Lives e Steve trabalhou nele até a Warner Bros. fechar a produção antes mesmo das filmagens (embora tenha gasto supostos US$ 50 milhões em pré-produção)


Confira uma arte conceitual e imagens do uniforme:








Clique aqui para ver o vídeo com o teste do uniforme.

            Quando foi contratado pela Warner Bros. para escrever o roteiro de Superman lives, em 1996, Kevin Smith estava longe de ser o nome reconhecido que é hoje.  
           O ex-balconista de loja de conveniência prometia uma das melhores adaptações dos gibis para as telas grandes, citando vilões cult do Universo DC e criticando o desenvolvimento das personagens do filme Batman eternamente, de Joel Schumacher. Dizia também que seu objetivo era escrever uma revista mensal da DC Comics. Em resumo, estava provado que Kevin Smith era grande fã dos quadrinhos de super-heróis, e que seu roteiro agradaria em cheio aos apreciadores do gênero.  
 
E por que nao deu certo?
 
           Tim Burton, que foi contratado pelo seu sucesso com o filme Batman e Batman: O retorno, simplismente disse que não queria por que o roteiro é fiel demais!

             Tim Burton e Jon Petes estavam determinados a apresentar um Super-Homem desfigurado e irreconhecível aos olhos de qualquer fã. Peters considerava o uniforme azul e vermelho, o mais tradicional e emblemático da história dos quadrinhos, muito alegre, muito afeminado, e preferia trajes negros. Também achava que o herói não deveria ter a habilidade de voar, pois detestara as cenas de vôo nos filmes anteriores, não importando se é esta uma das habilidades mais conhecidas da personagem e um sonho antigo da humanidade.   
            Demonstrando desprezo pelos quadrinhos, Burton defendia o mesmo que Peters e chegou a definir sua visão da personagem. Em vez de voar, o Super-Homem teria um Supermóvel(Será que o Batman criou um pra ele, ou seria a nave que ele chegou para a terra?). Burton preferia o grande S estilizado da fase do herói com poderes elétricos, e apresentou vários planos para o uniforme, alguns inacreditáveis, como uma roupa transparente que deixaria visíveis os órgãos internos do Super, e uma armadura negra de aparência alienígena, cruzando Edward Mãos-de-Tesoura com um borg de Jornada nas estrelas. Os fãs de Burton - óbvio - aprovaram tudo.

            Para o papel de Super-Homem, Peters queria Sean Penn, pelos seus olhos de assassino e o carisma de um animal enjaulado; qualidades (?) inerentes ao último kryptoniano, sob a ótica distorcida do produtor.
            Quando o papel foi transferido para Nicolas Cage, Peters continuou a série de impropérios. Afirmou que ser um estranho e sentir-se renegado são a essência do Super-Homem, e que, por isso, Cage interpretaria bem o lado alienígena do Super. Burton, por sua vez, asseverou, em entrevista a uma rádio do Texas, que seu objetivo era trabalhar um inexistente lado mais sombrio e homicida do Super-Homem, e esperava que Cage estivesse à altura do desafio.
            Embora a escolha de Nicolas Cage para o papel título do filme cause estranheza e nunca tenha agradado aos fãs do herói, é importante dizer que o ator foi um dos maiores oponentes de Burton nos bastidores, combatendo suas idéias esdrúxulas e exigindo o uniforme tradicional e o poder de vôo.
No final de 1998, Burton foi finalmente afastado pela companhia, que mostrou não ser totalmente desprovida de bom senso.  
 
O ROTEIRO:

             Encontra-se elementos das sagas A Morte do Super-Homem e O Retorno do Super-Homem - dois momentos importantes dos quadrinhos do herói - com um diferente e complexo pano de fundo para a presença de Apocalypse e o motivo de seu confronto com o Super-Homem.
            Na trama preparada por Smith, o sistema de inteligência artificial Brainiac foi introduzido em Krypton, vindo de Colu, com o aparente propósito de policiar o planeta. No entanto, Jor -El descobriu seu verdadeiro intento com a ajuda do Erradicador, um computador vivo que ele sua mulher, Lara, haviam criado. Deu-se conta, então, que Krypton estava mesmo condenado, não por motivos naturais, mas porque Brainiac absorvia toda sua energia a fim de criar um corpo para si.
             Agora, sorvendo também os recursos do Erradicador, o vilão teria uma fonte inesgotável de força. Seu plano, todavia, foi frustrado quando as erupções começarem antes do previsto. A interrupção do processo resultou num Brainiac sem o poder do computador de Jor-El e sem o corpo inteiramente formado.
            O cientista e sua companheira conseguiram salvar o filho Kal-El, transformando o Erradicador num foguete que o levou para a Terra quando Krypton explodiu. Em nosso planeta, o pequeno sobrevivente foi adotado pelos Kents, desenvolveu poderes muito superiores aos dos humanos e tornou-se seu maior protetor, o Super-Homem.
            Assessorado pelo robô L-Ron - que os leitores conhecem da Liga da Justiça Internacional, de Keith Giffen - Brainiac tornou-se um parasita espacial, sugando a energia de pequenas naves para manter sua miserável forma antropomórfica, enquanto rastreava sinais do Erradicador. Sua sorte mudou quando seus receptores captaram uma mensagem da Terra, enviada por Lex Luthor. Nela, o inescrupuloso milionário dono da LexCorp mencionava um certo kryptoniano.
             Em Metrópolis, o magnata empenhava-se na aprovação do Wertham Act, projeto de lei para restringir a atuação de vigilantes uniformizados, mais especificamente do Super-Homem. Com este detalhe de roteiro, Kevin Smith pretendia homenagear o famigerado psiquiatra Fredric Wertham, que, nos anos cinqüenta, fez campanha contra os quadrinhos nos Estados Unidos.
            Como a governadora Bree era contrária à lei, Luthor contratou para que a matasse o Pistoleiro, velho inimigo de Batman e personagem cultuada por quem acompanhou o Esquadrão Suicida, de John Ostrander.
            
O resgate de Bree marcou a primeira aparição do Homem de Aço no roteiro numa situação que mostra bem como Kevin Smith contornava as limitações impostas por Jon Peters. O produtor não queria, de forma alguma, que o herói voasse. Então, no texto, as cenas de vôo são descritas como um estrondo sônico seguido por um borrão azul e vermelho, imagem a que os leitores de quadrinhos estão habituados.
Quando Luthor e Brainiac finalmente se encontraram, um plano foi arquitetado. A estação espacial da Lexcorp, que deveria servir como condutor de energia solar a ser comercializada pela empresa, teve alterada sua função. Modificada pelo vilão espacial, a estrutura passou a bloquear a luz do Sol. Desta maneira, ao enfrentar o bestial Apocalypse, cria de Brainiac, Super-Homem esteve desconectado da sua fonte de poderes. A morte do herói enfrentando a criatura irracional, portanto, é bem mais convincente no roteiro de Smith do que nos quadrinhos.
            Durante o funeral, temos uma pequena participação de Batman, transmitindo, diretamente da batcaverna, uma mensagem de alento para a população de Metrópolis.
Em seguida, veio a fraude orquestrada pelos vilões. Luthor apresentou ao povo Brainiac, dizendo ser ele o mestre do falecido Super-Homem e a única esperança da Terra contra a invasão de uma suposta frota alienígena. Na verdade, naves invasoras falsas haviam sido projetadas nos céus pelo equipamento da LexCorp e todos foram levados a crer que apenas a escuridão decorrente do bloqueio dos raios solares livrava o planeta de um ataque.
            Com o plano em andamento, Luthor tornou-se o único fornecedor de energia do mundo e Brainiac, transformado em herói, não se deparava mais obstáculos para atingir seu verdadeiro intento, apossar-se da energia infinita do Erradicador. Neste ínterim, o Erradicador despertou. Programado por Jor-El para que protegesse seu filho, o computador vivo foi ativado pela morte do Super-Homem. Imediatamente, detectou a presença de Brainiac na Terra. Conseguiu, então, teleportar o corpo do herói para a Fortaleza da Solidão e trazê-lo de volta à vida. Paralelamente, Lois Lane e Jimmy Olsen, do Planeta Diário, investigaram a fraude de Luthor e Brainiac, dispostos a expor ao mundo a verdade sobre seus pretensos salvadores. 

            Na minha humilde opinião, apesar das imagens um tanto bizarras do uniforme, esse roteiro não é dos piores, pelo contrário, é bastante interessante e poderia ter dado muito certo. Mas isso é algo que nunca saberemos.
            
            Vamos aguardar por notícias da nova produção, cujas filmagens terão início já no início de 2011, com direção de Zack Snyder (300, Watchmen), o qual tem todos os pré-requisitos para fazer um ótimo filme. 
 


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